Em se tratando de introdução da alimentação complementar ainda há muitas dúvidas quanto à idade em que se deve oferecer a alimentação sólida pela primeira vez. Cada vez mais se torna popular a idéia de que os alimentos só devem ser oferecido aos 6 meses de idade, o que é ótimo, pois até recentemente era muito comum a introdução de suquinhos e mesmo papinhas muito cedo, às vezes antes mesmo dos 3 meses. Mas será que precisa ser exatamente aos 6 meses? Há diversos fatores a serem considerados.
Idade cronológica: a introdução de alimentos sólidos (e de águas, chás ou qualquer outro alimento que não o leite materno) é recomendada a partir dos seis meses de idade. Muitas mães ficam preocupadas querendo dar a primeira papinha no dia do "mesversário" de 6 meses do bebê. Essa pontualidade toda não tem muito sentido se pensarmos em todos os outros marcos fisiológicos e na sua subjetividade. O ciclo menstrual em teoria e em média tem 28 dias, mas não é por isso que não há ciclos de 25, outros de 35 e até mais. A gestação dura em média 40 semanas, mas os bebês podem perfeitamente nascer antes ou depois dessa data. Uma menina tem sua menstruação por volta dos 12 anos, mas algumas podem ter aos 10 e outras aos 16. Não é verdade? Então por que a preocupação com os 6 meses exatos de idade? Acho que é aquela velha preocupação em fazer tudo perfeito ou, no mínimo, do melhor jeito possível. Mas essa ansiedade não costuma ajudar em nada, pelo contrário.
E então há alguns bebês que ficam prontíssimos para comer com 5 meses e outros que com 7 meses ainda não mostram sequer interesse pelos sólidos. E isso tudo é completamente NORMAL e não há necessidade de preocupação. O que é importante ser observado são os fatores que indicam a maturidade daquela criança específica para começar a se alimentar, como eu já escrevi aqui.
E então há alguns bebês que ficam prontíssimos para comer com 5 meses e outros que com 7 meses ainda não mostram sequer interesse pelos sólidos. E isso tudo é completamente NORMAL e não há necessidade de preocupação. O que é importante ser observado são os fatores que indicam a maturidade daquela criança específica para começar a se alimentar, como eu já escrevi aqui.
Idade biológica: esse fator é extremamente importante de se observar em bebês que nasceram PREMATUROS, independente do motivo. Já vi bebês que nasceram de 30 semanas (digamos 6 meses de gestação, 6 e meio), por exemplo, em janeiro, e em julho a família (ou mesmo os profissionais da saúde que acompanham, querem iniciar a introdução alimentar, pois afinal o bebê já tem 6 meses. Isso chega a ser absurdo, pois a maturidade biológica desse bebê é completamente diferente daquela de um bebê de seis meses que nasceu a termo.
Aqui podemos introduzir o termo "idade corrigida", que significa calcular a idade que o bebê teria caso houvesse nascido a termo. Então digamos que o bebê nasceu de 30 semanas em 15 de janeiro. A DPP (data prevista do parto) desse bebê caso nascesse com 40 semanas seria 26 de março. Então lá em 15 de julho (quando cronologicamente ele tem 6 meses, nasceu há 6 meses), quando muita gente quer introduzir alimentos sólidos, esse bebê tem uma IDADE CORRIGIDA, o que equivale a maturidade biológica de 3 meses e 20 dias. Ou seja, ele em teoria terá a maturidade de um bebê de 6 meses apenas no final de setembro (aí sim estará pronto para receber alimentos sólidos). Então contando do nascimento, já terão se passado 9 meses, e muita gente se assusta ao pensar em um bebê de 9 meses amamentado exclusivamente. Mas prematuros têm essa particularidade. Sem falar, é claro, que cada um se desenvolve diferente e, como os bebês nascidos a termo, alguns também podem estar prontos para comer antes e outros depois.
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